Francisco Xavier de Lima, Toió, como é
carinhosamente chamado, descendente dos índios tapuias paiacus e de escravos,
nasceu no dia 15 de Abril de 1938 na rua Marechal Floriano Peixoto, na cidade
de Apodi-RN, filho de Valeriano Ferreira do Nascimento e Francisca Maria da
Conceição. Aos dois dias de nascido, foi adotado pelos irmãos: Manuel
Praxedes de Lima e Maria Catarina de Lima. Viveu toda sua infância
trabalhando na roça, plantando arroz, feijão, algodão e milho, no sítio
Boa Vista, município de Apodi-RN. Aos 15 anos iniciou a profissão de barbeiro,
e por curiosidade depois de encontrar uma calunga no lixo, aprendeu a fazer
bonecos, os quais viraram os personagens da sua história, nomeados de:
Benedito, Quitéria, João Redondo, a Cobra, Maroca, a viúva Filó, Felipe e a
Alma, formando o grupo de teatro OS CALUNGAS DE TOIÓ, que fazia a alegria da
criançada aos domingos.
Somente aos 67 anos Toió se
alfabetizou no projeto "Lendo e Aprendendo". Viveu toda sua vida na
roça limpando terras com enxada e cortando árvores. O seu relógio era marcado
pelos rinchos do jumento e o canto do galo. Quando a estrela Dalva aparecia as
três da madrugada, Toió e seu pai, Manuel, selavam o jumento e seguiam para
serra do Apodi para colher a macambira e alimentar os animais. A noite,
quando voltava do trabalho, sentava na latada de sua casa e ficava ouvindo
seus familiares que contavam histórias dos seus antepassados. Dentre
tantas, aprendeu o nome do sino grande da Igreja Católica do Apodi, que fora
batizado de Emanuel, e o sino menor, que era chamado de Benedito.
Aprendeu também as brincadeiras de
congo, pastoril e papangú.
Toió é um ser múltiplo. Exerceu a
função de agricultor, pedreiro, barbeiro, mamulengueiro, pescador e caçador.
Aos 25 anos de idade mudou-se do
sítio Boa Vista para a cidade de Apodi, onde iniciou uma nova vida e conheceu
sua amada mulher, Dona Francisca Santana de Moura e Lima, com quem casou-se em
19 de março de 1959 e formou uma prole de nove filhos: Neuza, Pedro, Lourival,
Zé Maria, Eider, Conceição, Antônia, Auzenir e Jesiedina, vinte e três netos, catorze
bisnetos e um tataraneto.
Atualmente, Toió é aposentado e
está resgatando o teatro de mamulengos para a Escola Estadual Ferreira
Pinto. A Diretora Dilma Viana prestará homenagem a esta personalidade da
cultura apodiense, denominando o grupo de teatro de fantoches da referida
escola de "Mamulengos do Toió".
Seu maior prazer é conviver com sua
família, frequentar a Igreja Evangélica do Novo Tempo e ir a feira apodiense
aos sábados acompanhado de sua esposa Francisca.
FONTE – TUDO DE APODI
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